quinta-feira, 22 de outubro de 2020

-oca-

os meus olhos ardiam de manhã cedo.

escadas submersas em maré,

buraco estrondoso no peito,

sua mensagem abrindo sorriso choroso.

quem te disse que solidão não tem peso de montanha?

as palavras vieram de outras bocas.

queria me encantar, virar arquétipo no ar, chover nas ruas, adentrar no mato sendo engolida pela Terra.

- pensei que talvez deitar no mar levasse tudo; o estrondo sob as águas, quase inaudível; céu invertido.

estaria sozinha e tão completa

que esvaziaria

todos os gritos

uma apenas, em ser Nada.


{ thiago almeida, culpado pelo sorriso choroso }

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